terça-feira, 28 de março de 2017

ENCONTRO DE FORMAÇÃO DE CATEQUISTAS




No dia 19 de março de 2017, os catequistas de nossa paróquia, estiveram presentes na formação continuada, que é oferecida para os catequistas. O encontro teve como tema o estudo do livro itinerário catequético, que vem trazendo uma revolução na forma de se transmitir e vivenciar a catequese. O itinerário trata-se de um manual que oferece orientações que possam iluminar a pastoral catequética e que possibilita a concretização de uma verdadeira iniciação a vida cristã aos que buscam esse caminho, recuperando a mistica das igrejas primitivas e tornando uma inspiração para desencadear um verdadeiro processo de educação da fé nos nossos tempos de mudanças de época. Esse estudo será oferecido durante todo o ano de 2017 para que os catequistas possam se inserir no contexto que a igreja do Brasil nos pede.  A formação contou com a colaboração da Coordenadora Diocesana de Catequese Irmã Lori que proporcionou aos catequistas uma fala sobre o catecumenato ontem e hoje. O encontro contou com a contribuição também das parceiras e coordenadoras da paroquia São Peregrino que auxiliaram no roteiro da formação. A coordenadora paroquia Júlia Aiache agradece a colaboração de todos e de modo especial  aos catequistas de nossa paroquia. 




segunda-feira, 20 de março de 2017

TESTEMUNHO MISSIONÁRIO: "UMA IGREJA EM SAÍDA"

O jovem Gabriel Soares, membro da nossa paróquia, participou em janeiro  da II Missão Sem Fronteiras, organizada pelas Pontifícias Obras Missionárias. Acompanhe o testemunho dado pelo Gabriel. 

Irmãos e Irmãs: 
Em dezembro de 2014, tive a felicidade de participar da I Missão jovem na amazônia, promovida pela CNBB, em Manaus.
Depois, em outubro de 2016, com outros representantes da Diocese de Rio Branco, nos reunimos em Porto Velho às demais dioceses e Prelazia do Noroeste na celebração do 1º Congresso Missionário do Regional para fazer memória da caminhada, ampliar horizontes e crescer em comunhão.
Minha mais recente experiência aconteceu de 12 a 22 de janeiro de 2017, em Itapebussu, distrito de Maranguape, região do sertão cearense castigada por severa seca de seis anos. Falo, agora, da II Missão Sem Fronteiras, também organizada pelas Pontifícias Obras Missionárias, como a primeira, contando dessa vez com 85 jovens de 20 Estados do Brasil e quatro do Paraguai.
Foram experiências que tocaram nosso coração de jovens participantes e contagiaram as comunidades locais a cada momento em que nós, da Infância, Adolescência e Juventude Missionária, reafirmamos nosso compromisso através da doação pessoal em favor da população visitada, animada e mobilizada missionariamente.
A exemplo do que fez Jesus com seus discípulos, fomos enviados dois a dois para as VISITAS. Essa dinâmica intensificou a comunhão na alegria com que fomos recebidos. A acolhida mútua prendeu nosso coração àquele povo simples que enfrenta desafios diários, como a seca, a pobreza e a falta de políticas públicas, sem perder a esperança na luta por dias melhores. É um povo de fé autêntica!
Aquela experiência missionária assumiu, em sua metodologia, o desejo e a manifestação de uma “Igreja em saída” caminhando até as periferias, às realidades onde a vida é muito sofrida. Na programação, além de visitas e atividades religiosas, desenvolvemos oficinas com as temáticas “Cidadania e Direitos Humanos”, “Educação Ambiental” e “Saúde Comunitária”. As oficinas foram pensadas após um mapeamento de urgências das comunidades a serem visitadas. Assim, nossa ação se estendeu ao cuidado com o meio ambiente e com a pessoa humana onde ela vive. Encontramos situações de extrema pobreza em pessoas desrespeitadas por quem deveria promover seus direitos. Encontramos comunidades obrigadas a beber água salgada por falta de acesso a outra melhor, sem condições de comprar ao menos uma garrafa de água por causa do preço absurdo. Recordamos que a Missão da Igreja inclui, além do anúncio, também o serviço humilde, o diálogo e o testemunho de comunhão como exigências da ação evangelizadora. Ainda há muito a fazer!
OUVIR também faz parte da missão! “Deus deu a nós uma boca e dois ouvidos; isso prova que devemos falar menos e escutar mais”. No mundo da tecnologia, perdeu-se muito o contato físico. A experiência mostrou a importância do dialogo olho no olho. Não fomos pregar doutrina ou levar nossa cultura e costumes, mas conhecer e viver a realidade do povo do sertão .
Desde o dia em que chegamos, encontramos Jesus naquelas pessoas. Na ACOLHIDA do sorriso, do abraço, do gesto solidário, elas não abriram simplesmente as portas de suas casas, mas abriram o principal: seus corações. Contamos nos dedos as casas nas quais precisamos tomar a iniciativa de fazer uma leitura bíblica ou uma oração antes preparada, pois a oração feita pela família era espontânea e revelava seus desabafos, lutas e sofrimentos.
A missão apresenta desafios e nessa não foi diferente. Uma queda quase me tirou a oportunidade de viver a experiência. Resisti às dores constantes no joelho e pude experimentar, ainda mais, a dura realidade de um local sem posto médico. Senti no corpo as necessidades das pessoas, mas, a solidariedade delas me impulsionava. A bengala emprestada por uma religiosa do local me acompanhou todos os dias a subir e descer morros. Forçava o joelho para não perder a oportunidade de estar com o povo. Chegando aqui, descobri uma ruptura no menisco e terei que passar por um procedimento cirúrgico, mas isso não me abala nem causa medo: faria tudo novamente.
Desde o Batismo, somos chamados à missão. Todos os dias, somos convidados a atender ao apelo da Igreja, vivo e presente hoje na voz do Papa Francisco. É o apelo que Cristo nos faz por uma “Igreja em saída”. Às vezes, não precisamos ir longe, pois tanto o missionário que percorre quilômetros como o que dá apenas um passo tem a mesma oportunidade de evangelizar. Como dizia São Francisco: “Evangelizem muito e, se for preciso, usem palavras!”.
Acolhamos o convite de Deus e sejamos missionários em nossas comunidades, em nossas famílias e no trabalho, semeando esperança e alegria, pois sofrimentos não estão distantes. O mundo precisa conhecer a verdadeira alegria e nós somos portadores dela. Conhecendo Jesus, a alegria brota em nós, mesmo diante da dor. Precisamos de famílias que sejam uma “fábrica” (um berço) de missionários. Quando pais educam seus filhos na fé, fazem deles missionários. Precisamos de famílias que acolham e testemunhem a alegria do Evangelho!
Olhemos todas as pessoas com o olhar de Deus. Não apenas com os olhos do nosso rosto, pois enxergam muitas desgraças. Olhemos com o coração. Sejamos catequistas uns dos outros, saindo continuamente de nós mesmos para testemunhar a presença amorosa de Jesus e anunciá-lo a todos!
Encerro, agradecendo a Deus por mais essa graça. Agradeço ao Comire - Conselho Missionário do Regional Noroeste e ao Comidi - Conselho Missionário Diocesano do qual faço parte, pela confiança que depositaram em mim e pela colaboração para que eu pudesse vivenciar tudo isso. Agradeço ao meu pároco, Padre Roberto, por seu entusiasmo missionário que nos cativa. Agradeço a cada um e cada uma pelas orações e preces. Que este meu testemunho encoraje outras pessoas a anunciar Jesus Cristo a crianças, jovens, adultos e idosos de todas as gentes. Que não guardemos somente para nós a alegria de tê-lo encontrado, pois não somos seus donos. Cristo não faz acepção de pessoas. Ele conta com todos.
Obrigado!
Rio Branco – Acre, 20 de março de 2017.

Gabriel Soares Barros







terça-feira, 14 de março de 2017

DIOCESE LANÇA PROJETO RUMO AO CENTENÁRIO

A Diocese de Rio Branco abriu oficialmente as comemorações do Projeto Rumo ao Centenário. O lançamento aconteceu na noite do último sábado, 11 de Março, na Catedral Nossa Senhora de Nazaré, durante misa solene, presidida pelo bispo diocesano, Dom Joaquín Pertíñez, e concelebrada por vários padres e todo o povo de Deus, que lotou a Catedral. Na ocasião, Dom Joaquín abariu também o Ano Mariano.
Após o Ato Penitencial, houve a acolhida da imagem de Nossa Senhora da Serigueira, conduzida por mulheres vestidas de serigueiras. A imagem foi recepcionada com o hino da santa, cantado pelo padre Leôncio Asfury. Em seguida, Dom Joaquín lembrou a importância dos seringueiros na formação do Acre e na missão da Igreja e convidou os presentes a receberem a imagem do Cristo Seringueiro, ao som da música Cristo dos Seringais. Com a chegada das imagens no presbitério, foi formado o símbolo do Centenário, que percorrerá toda a Diocese.
Na celebração, foi feita a leitura de nomeação do Padre Manoel Monte como novo reitor da Catedral Nossa Senhora de Nazaré e Padre Jairo Coelho como vice-reitor, e de envio missionário do Padre Mássimo Lombardi para a Área Missionária da Cidade do Povo. No final da celebração foi entregu as representantes da paroquias os kits com o material Rumo ao Centenário. 








  














Fonte: Diocese de Rio Branco 

quinta-feira, 2 de março de 2017

Tempo da Quaresma



A liturgia quaresmal dispõe tanto os catecúmenos, pelos diversos graus da iniciação cristã, como os fiéis, pela comemoração do batismo e da penitência, a celebrarem o mistério pascal.


1. Origem da Palavra
"Quaresma" provém do latim "Quadragésima" e significa "quarenta dias" ou, talvez mais apropriadamente, o "quadragésimo dia". Outras línguas de origem latina expressam essa idéia, como "Carême" em francês, "Quaresima" em italiano, e "Cuaresma" em espanhol. O termo latino, por sua vez, é a tradução do termo grego "Tessarakoste" (=quadragésimo), com certa ligação ao termo "Pentekoste" (Pentecostes = qüinquagésimo), cuja celebração se dá no 50º dia após a Páscoa. Já os países anglo-saxões, usam o termo "Lent", de origem teutônica.

2. Conceito de Quaresma
A Quaresma é o período de preparação para a Páscoa do Senhor, cuja duração é de 40 dias. Tal período, portanto, inicia-se na Quarta-Feira de Cinzas e se estende até o Domingo de Ramos, uma semana antes da Páscoa. O período é, assim, marcado pela penitência, pela realização constante de jejuns, pela conversão e pela preparação dos catecúmenos para o batismo.

No início da Quaresma, na Quarta-Feira de Cinzas, os fiéis têm suas frontes marcadas com cinzas, como os primitivos penitentes públicos, excluídos temporariamente da assembléia (lembrando Adão expulso do Paraíso, de onde vem a fórmula litúrgica: "Lembra-te de que és pó..."). Nos dias que se seguem, redescobrem o significado do batismo e se esforçam para tomar a cruz e seguir fielmente a Cristo.

Aprofundam, então, o ódio que sentem pelo pecado e são ajudados em seus esforços pelas orações em comum.

Esse tempo de penitência é bem recordado pela liturgia: as vestes e os paramentos usados são da cor roxa (no quarto domingo da Quaresma, pode-se usar o rosa, representando a alegria pela proximidade do término da tristeza, pela Páscoa); o Hino de Louvor não é recitado; a aclamação do "Aleluia" também não é feita; não se enfeitam os templos com flores; o uso de instrumentos musicais torna-se moderado, apenas sustentando o canto, etc.

3. Origem do Costume
Ainda que alguns Padres da Igreja, como São Jerônimo (+420), Sócrates historiador (+433) e São Leão Magno (+461) creditem aos Apóstolos a instituição dos quarenta dias de jejum antes da Páscoa, o fato é que o jejum pré-pascal era observado somente em alguns dias, pois nenhum Padre do período pré-Nicéia (325) parece ter conhecimento de tal tradição. Em outras palavras, ainda que o jejum pré-pascal fosse praticado desde os primórdios do Cristianismo, o que denota a existência de uma tradição apostólica sobre o assunto, não existe segurança para afirmar que tal jejum durasse realmente quarenta dias, como dá a entender a quaresma. Prova disso temos em Tertuliano que, ao trocar o Catolicismo pela heresia Montanista, passou a achar deficitário o jejum dos católicos, uma vez que os montanistas jejuavam por 15 dias (de Jejunio II e XIV; de Orat. XVIII); também Santo Ireneu, em uma carta dirigida ao papa São Vítor, sobre a controvérsia da data da Páscoa, diz que "alguns acham qu e devem jejuar por um dia, outros por dois dias, outros por vários dias, e ainda há outros que calculam 40 horas do dia e da noite para realizarem o jejum"; a Didascália dos Apóstolos (250) e S. Dionísio de Alexandria também mencionam o jejum pascal de forma difusa. Parece que a primeira menção à Quaresma, como período de jejum de 40 dias, pode ser encontrada nas Cartas Festais de Santo Atanásio (331) e depois, em 339, da pena do mesmo santo, ao se dirigir à comunidade de Alexandria, pedindo para que esta observe o costume dos 40 dias conforme praticado pela Igreja de Roma e grande parte da Europa.

4. Os Quarenta Dias
Indubitavelmente, o período de tentação de Cristo no deserto, bem como os exemplos de Noé (40 dias na Arca), Moisés (40 anos vagando no deserto) e Elias, exerceram grande influência na determinação do tempo de duração da Quaresma. É ainda possível que o fato de Cristo ter permanecido por volta de 40 horas no sepulcro, tenha também sido levado em conta...

O historiador Sócrates nos informa, no séc. V, que a Quaresma durava seis semanas em Roma, mas apenas três destas semanas eram dedicadas ao jejum: a primeira, a quarta e a sexta. Tendo, porém, o número de 40 dias se estabelecido solidamente, outra alteração acabou por se introduzir: deixou-se de se fazer alguns jejuns durante o período de 40 dias e passou-se a jejuar durante todo o período de 40 dias...

Em Peregrinação de Etéria, fala-se de um jejum de oito semanas praticado pela comunidade de Jerusalém, excluídos os sábados e domingos; temos, assim, oito semanas de cinco dias, o que totaliza os 40 dias de jejum.

Já no tempo de São Gregório Magno (590-604), Roma observa seis semanas de seis dias, totalizando 36 dias, a décima parte de um ano completo (365 dias). Contudo, algum tempo depois, o desejo de manter-se os 40 dias fez com que se esticasse o período até a Quarta-Feira de Cinzas, como ainda hoje é praticado.

5. Natureza do Jejum
Também não são poucas as posições sobre este tema. Sócrates, ao se referir em sua História Eclesiástica (V,22) sobre a prática do séc. V, nos informa que "alguns se abstêm de todo tipo de criatura que tenha vida, outros comem somente peixe. Alguns comem pássaros e peixes [...]; outros se abstêm dos frutos de casca dura e de ovos. Alguns comem somente pão; outros nem isso. Há também os que se fartam de comida após a hora nona".

Epifânio, Paládio e o autor de "Vida de São Melânio o Jovem" eram mais rigorosos, defendendo um jejum completo de 24 horas ou mais, especialmente durante a Semana Santa.

Entretanto, São Gregório, escrevendo para Santo Agostinho da Inglaterra, dita a regra: "nós nos abstemos da carne fresca e de todas as coisas que vêm da carne fresca, como o leite, o queijo e os ovos". Foi essa decisão que mais tarde passou a figurar no "Corpus Iuris", tornando-se a regra comum da Igreja, ainda que algumas exceções e dispensas, especialmente quanto aos laticínios, fossem permitidas.

"Cân.1249 - Todos os fiéis, cada qual a seu modo, estão obrigados por lei divina a fazer penitência; mas, para que todos sejam unidos mediante certa observância comum da penitência, são prescritos dias penitenciais, em que os fiéis se dediquem de modo especial à oração, façam obras de piedade e caridade, renunciem a si mesmos, cumprindo ainda mais fielmente as próprias obrigações e observando principalmente o jejum e a abstinência, de acordo com os cânones seguintes.

Cân.1250 - Os dias e tempos penitenciais, em toda a Igreja, são todas as sextas-feiras do ano e o tempo da Quaresma

Cân.1252 - Estão obrigados à lei da abstinência aqueles que tiverem completado catorze anos de idade; estão obrigados à lei do jejum todos os maiores de idade até os sessenta anos começados. Todavia, os pastores de almas e os pais cuidem que sejam formados para o genuíno sentido da penitência também os que não estão obrigados à lei do jejum e da abstinência, em razão da pouca idade.



Fonte: http://www.portalcatolico.org.br/single-post/2017/02/28/O-tempo-da-Quaresma